Por favor, ponha um pouco mais de sal na comida hoje, só hoje. Separe a comida do hipertenso e ponha um pouco mais de sal na nossa comida.
A empregada respondeu:
- Vou por o sal de sempre. Quem quiser mais sal que coloque na comida.
O almoço já estava pronto, ensoço, quase sem gosto. Ele se serviu. Pegou o saleiro e o despejou todo em sua comida. Foi à despensa, agarrou um pacote com um quilo de sal, rasgou-o e o despejou. Onde? Na comida! Mas a comida não tinha culpa de ter impedido o podre rapaz de realizar seu simples desejo. Ela, sim, tinha culpa.
- Eu pedia todos os dias, todos os dias - disse o rapaz, com um olhar profundo - mas você sempre negava e, assim, me fazia triste por não comer, somente uma vez, uma comida com uma pitada a mais de sal. Agora, todo o meu desejo vai ser saciado e, quando eu morrer de tanto comer sal, você vai comigo. Vai morrer de remorso e levará a culpa de todo o meu sofrimento consigo, até o seu tumulo. E depois do tumulo? Também! Até chegar no inferno com essa culpa no peito e sofrer muito, arder em chamas, implorar por mais uma chance. Mas não vai ter essa chance, vai sofrer mais: será torturada, queimada e estilhaçada até perceber que não pode mais morrer, pois já está morta, e sofrer mais, muito mais. Tudo o que você vai dizer será apenas ‘’foi tudo por causa de uma pitada de sal. ’’ Porém, não foi. Foi por ter negado o meu simples pedido todos os dias. Você é culpada pela minha infelicidade, pelo meu sofrimento de nunca ter realizado um sonho, meu mais querido sonho.
- Você pensa que é o único que tem sonhos impossíveis de se realizar? Que queria namorar você, sabia? Queria me casar com você, ter filhos somente com você. Quando eu negava seu pedido, sentia um aperto no meu coração por estar impedindo o amor da minha vida de ser feliz. Mas, toda a culpa é sua. Você escolheu outra que não eu, outra mais feia, mais gorda, mais inteligente, mais...
-... Meiga, gentil, humilde e muitas outras qualidades que você não tem que não faz parte do seu ser porque você não é gente, é bicho. Não, você não é bicho, não tem tanta honra assim - Você é um monstro - falou ele rispidamente.
Os olhos dela brilharam. Não era de felicidade, era de tristeza. Mas que amor mal correspondido esse! Uma lagrima cairá de seus olhos e descerá até o queixo e lá ficou pendurada, brilhando, salgada como o rapaz tanto queria.
Assim, ela disse:
- Eu tenho o sal que você deseja e você tem o corpo de que necessito. Venha, me abrace, vamos...
Ele se aproximou dela, pegou em sua cintura, apertou, desceu um pouco mais uma das mãos enquanto que a outra ele subiu, vagarosamente até as costas. Beijou seu pescoço e seu queixo, mordeu de leve sua orelha e disse-lhe suavemente:
- Você pode ter o sal que desejo, mas não tem o amor do qual preciso. E este, eu só encontro na outra e não em você.
A empregada respondeu:
- Vou por o sal de sempre. Quem quiser mais sal que coloque na comida.
O almoço já estava pronto, ensoço, quase sem gosto. Ele se serviu. Pegou o saleiro e o despejou todo em sua comida. Foi à despensa, agarrou um pacote com um quilo de sal, rasgou-o e o despejou. Onde? Na comida! Mas a comida não tinha culpa de ter impedido o podre rapaz de realizar seu simples desejo. Ela, sim, tinha culpa.
- Eu pedia todos os dias, todos os dias - disse o rapaz, com um olhar profundo - mas você sempre negava e, assim, me fazia triste por não comer, somente uma vez, uma comida com uma pitada a mais de sal. Agora, todo o meu desejo vai ser saciado e, quando eu morrer de tanto comer sal, você vai comigo. Vai morrer de remorso e levará a culpa de todo o meu sofrimento consigo, até o seu tumulo. E depois do tumulo? Também! Até chegar no inferno com essa culpa no peito e sofrer muito, arder em chamas, implorar por mais uma chance. Mas não vai ter essa chance, vai sofrer mais: será torturada, queimada e estilhaçada até perceber que não pode mais morrer, pois já está morta, e sofrer mais, muito mais. Tudo o que você vai dizer será apenas ‘’foi tudo por causa de uma pitada de sal. ’’ Porém, não foi. Foi por ter negado o meu simples pedido todos os dias. Você é culpada pela minha infelicidade, pelo meu sofrimento de nunca ter realizado um sonho, meu mais querido sonho.
- Você pensa que é o único que tem sonhos impossíveis de se realizar? Que queria namorar você, sabia? Queria me casar com você, ter filhos somente com você. Quando eu negava seu pedido, sentia um aperto no meu coração por estar impedindo o amor da minha vida de ser feliz. Mas, toda a culpa é sua. Você escolheu outra que não eu, outra mais feia, mais gorda, mais inteligente, mais...
-... Meiga, gentil, humilde e muitas outras qualidades que você não tem que não faz parte do seu ser porque você não é gente, é bicho. Não, você não é bicho, não tem tanta honra assim - Você é um monstro - falou ele rispidamente.
Os olhos dela brilharam. Não era de felicidade, era de tristeza. Mas que amor mal correspondido esse! Uma lagrima cairá de seus olhos e descerá até o queixo e lá ficou pendurada, brilhando, salgada como o rapaz tanto queria.
Assim, ela disse:
- Eu tenho o sal que você deseja e você tem o corpo de que necessito. Venha, me abrace, vamos...
Ele se aproximou dela, pegou em sua cintura, apertou, desceu um pouco mais uma das mãos enquanto que a outra ele subiu, vagarosamente até as costas. Beijou seu pescoço e seu queixo, mordeu de leve sua orelha e disse-lhe suavemente:
- Você pode ter o sal que desejo, mas não tem o amor do qual preciso. E este, eu só encontro na outra e não em você.
Gabriel Alfredo.
0 bons papos. ;):
Postar um comentário